Desemprego em 2010 atinge 6,7% e é o menor em 8 anos, diz IBGE(do UOL economia)

Desemprego em 2010 atinge 6,7% e é o menor em 8 anos, diz IBGE(do UOL economia)

 A taxa media de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ao longo de 2010 ficou em 6,7%. O percentual é o menor desde 2003, primeiro ano completo da série histórica.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A série histórica teve início em março de 2002, o que impossibilita a comparação deste ano com os demais.

Até então, a menor taxa de desemprego havia sido registrada em 2008 (7,9%). A crise financeira de 2009, porém, colocou fim à sequencia de queda que vinha sendo registrada nos últimos anos.

Em dezembro de 2010, o desemprego ficou em 5,3%, o que representa o menor índice registrado na série histórica.

"Estamos em uma nova configuração para o mercado de trabalho... Parece um outro país", disse o economista do IBGE Cimar Pereira Azeredo. "O que aconteceu em 2010 foi um reflexo claro e evidente do cenário econômico no mercado de trabalho", afirmou

O IBGE acrescentou que a população ocupada na média de 2010 atingiu o recorde de 22,019 milhões. De 2009 para 2010, o número de ocupados cresceu 3,5%, maior crescimento percentual desde o início da série.

Já o contingente de desocupados atingiu em 2010 o menor patamar da pesquisa ao fechar em 1,591 milhão, queda de 15% sobre o ano anterior.

Formalização

Os dados mostraram ainda que o emprego com carteira assinada em 2010 bateu recorde, ao alcançar 46,3% dos empregados, ante 44,7% antes, alcançando 10,191 milhões.

"Você tem uma economia que favorece isso. Além disso, contratar sem carteira na empresa se tornou mais arriscado com a fiscalização mais intensa", disse Azeredo. "Há um avanço expressivo da formalização, mas ainda há um contingente grande na informalidade."

Houve uma ampliação da formalização em todos os segmentos em 2010, sendo que no segmento de prestação serviço atingiu quase 70% do contingente ocupado. Na construção civil, a formalização subiu para 36,8%.

No embalo do crescimento econômico e do avanço da formalização, o rendimento do trabalhador cresceu 3,8% em 2010 na comparação com o ano anterior.

"A inflação tem um peso sobre um progresso mais tímido do rendimento. Ficou mais baixo do que se poderia esperar visto que teve mais carteira assinada. A inflação funciona como uma espécie de barreira para o rendimento", disse o economista do

Renda

No ano passado, o rendimento médio ficou em R$ 1.490,61 reais, maior nível da série histórica, ante R$ 1.436,69 em 2009. São Paulo ficou com o maior rendimento nacional, de R$ 1615,73, enquanto o menor foi visto em Recife, de R$ 1.051,11.

Diferentes índices

Diferentes levantamentos medem o desemprego no país. Os números do IBGE, por exemplo, são bem menores que os do Dieese/Seade.

A taxa de desemprego nas sete regiões pesquisadas pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) recuou para 10,1% em dezembro. O dado também foi divulgado nesta quinta-feira.

As divergências ocorrem por causa das metodologias diferentes adotadas. A principal delas é que o IBGE mede apenas o desemprego aberto, ou seja, quem procurou emprego nos 30 dias anteriores à pesquisa e não exerceu nenhum tipo de trabalho -remunerado ou não- nos últimos sete dias.

Quem não procurou emprego ou fez algum bico na semana anterior à pesquisa não conta como desempregado para o IBGE.

A pesquisa do IBGE abrange as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

O Seade/Dieese também consideram o desemprego oculto pelo trabalho precário (pessoas que realizaram algum tipo de atividade nos 30 dias anteriores à pesquisa e buscaram emprego nos últimos 12 meses) e o desemprego oculto pelo desalento (quem não trabalhou nem procurou trabalho nos últimos 30 dias, mas tentou nos últimos 12 meses).

Outra diferença é que a pesquisa do Seade/Dieese é realizada em sete regiões metropolitanas, contra seis do IBGE. São elas: Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e o Distrito Federal.