Erro na nota impede estudantes de fazer matrícula na UFPE
Decepção e revolta marcaram a matrícula de alunos novatos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) nesta quarta-feira (9). Um erro na nota impediu a admissão dos alunos na Universidade, que divulgou no dia 21 de janeiro o listão com mais de seis mil aprovados, mas muitos estão descobrindo que, na verdade, não tinham nota suficiente para passar. O sistema atribuiu, para alunos de escolas particulares, os 10% a mais na nota garantidos apenas aos alunos de escolas públicas; na hora da matrícula, o sistema mostra que a aprovação não foi válida
O estudante Vítor Teixeira (foto 1) é um dos que passou pelo problema. Ele garante que informou, na ficha de inscrição para o vestibular de administração, ter estudado em escolas particulares. Mas o sistema considerou que ele era egresso de escola pública e concedeu a ele o benefício de incrementar em 10% a nota.
Na hora da matrícula, o erro foi percebido. Com a nota sem o bônus, ele não teria passado. “De repente você se depara... 'bom, fui aprovado, vou montar minha vida a partir disso'. E simplesmente na hora da inscrição você perde tudo que conquistou por um erro que não é da gente", lamenta.
Quem passou por situação semelhante foi Luciana Vasconcelos (foto 2). Ela comemorou depois de ver o nome entre os aprovados para o curso de Direito e hoje soube que não poderia se matricular. Ela tirou 6,7, mas o benefício fez aumentar para 7,3, tornando a nota suficiente para entrar em Direito. “No ato da matrícula a mulher disse que eu não ia poder fazer. Dá vergonha das pessoas que acharam que você tinja passado e de repente dizer que infelizmente não tou na Federal”, afirma ela, chorando.
Na sede da Comissão do Vestibular da Universidade Federal de Pernambuco (Covest), outros alunos com o mesmo problema foram pedir explicações. Alguns levaram o cartão de inscrição, onde aparece claramente que a opção escolhida para o benefício foi "não".
O presidente em exercíco da Comissão, professor Armando Cavalcanti (foto 3), disse que já sabia do problema, mas não admitiu erros. Para ele, se alguém errou foram os candidatos. “O sistema não falha, o sistema da Covest é muito seguro. Digo isso com toda humildade. Não obstante, os estudantes podem encaminhar seus requerimentos porque até em atenção aos feras a gente vai analisar todos eles. Mas de antemão eu adianto que nenhum aluno que não tenha cursado o ensino médio em escola pública pode ter acesso ao benefício”, afirmou
