O Aeroporto Internacional Augusto Severo, localizado no município de Parnamirim, na Grande Natal, deve ser mesmo oficializado como a principal porta de entrada da capital potiguar durante a Copa do Mundo de 2014. Isto porque a Infraero já admite a possibilidade de o novo Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, projetado para ser o maior da América Latina e cujas obras já se arrastam há 15 anos, não ficar pronto em tempo hábil para o Mundial.
Ao portal G1, o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, confirmou a informação da Infraero, mas não descartou a possibilidade de o Aeroporto de São Gonçalo ficar pronto antes da Copa. “Estamos contando com o Aeroporto Augusto Severo para a Copa. Isso não quer dizer que o Aeroporto de São Gonçalo não possa ficar pronto até 2014. Vai depender do vencedor da licitação”, garante Wagner. Como parte do plano B para resolver a questão aeroportuária no Rio Grande do Norte, a Infraero prevê uma ampliação na capacidade do Augusto Severo, de 4,2 milhões, para 5,8 milhões passageiros por ano, com investimento de R$ 20 milhões. Além de ampliar o terminal de passageiros, são tidas como prioridades nesta nova reforma a substituição do sistema de ar-condicionado, criação de novos balcões de check-in e recuperação da estrutura metálica. Prorrogação Desapropriações Até o momento já foram investidos, com recursos do governo federal, R$ 150 milhões. A obra está em andamento desde 1997 e já foram finalizadas as pistas de pouso e taxiamento; o pátio das aeronaves está na fase de conclusão. O investimento total no aeroporto deve ser da ordem de R$ 1 bilhão. O aeroporto é visto como uma alavanca para a economia do estado. Com o conceito de cidade aeroportuária, a região de São Gonçalo receberá um “choque” de progresso econômico, com a construção de prédios comerciais e de serviços.
A pedido das empresas interessadas em tocar e concluir as obras do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, o governo federal prorrogou em um mês o leilão: de 19 de julho para 22 de agosto de 2011. “Esse adiamento não vai implicar atraso das obras. Pelo contrário, pode garantir até um número maior de participantes no leilão”, afirmou Benito Gama, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.
O lance mínimo para participar do leilão do aeroporto, localizado ao norte da Grande Natal, no município homônimo, é de R$ 51,7 milhões. O contrato será de 28 anos, dos quais três serão destinados para a construção dos terminais de passageiros. Mas, se o consórcio vencedor da licitação conseguir concluir a obra em dois anos, poderá usufruir de um ano a mais de exploração do complexo.
O pagamento poderá ser feito parceladamente ao longo dos 25 anos da concessão. A iniciativa privada deve realizar um aporte de R$ 650 milhões no local. “O leilão de São Gonçalo vai testar o modelo de concessão de aeroportos no Brasil. É muito importante que ele seja um sucesso”, disse Rubens Vieira, diretor da ANAC.
Um dos entraves na construção do novo aeroporto é a questão das desapropriações. De um total de 1.500 hectares, apenas 400 já foram pagos e pertencem oficialmente ao estado. O restante, 1.100 hectares, ainda está sendo disputado na justiça de São Gonçalo. Mas o procurador-geral do estado, Miguel Josino, garantiu que a questão será resolvida até a assinatura do contrato, prevista para setembro. “Nós (governo do Rio Grande do Norte) e a Infraero estamos engajados na solução deste problema e tudo será resolvido até o mês da assinatura do contrato”, confirmou Miguel Josino.
Complexo Aeroportuário
O complexo Aeroporto Internacional de Cargas e Passageiros da Grande Natal-São Gonçalo do Amarante está sendo construído a 17 km do centro da capital potiguar. Será o quarto hub (base que centraliza voos estrangeiros) brasileiro e o primeiro aeroporto no país administrado pela iniciativa privada, além de ser projetado para ser o maior da América Latina e o sétimo maior do mundo, com capacidade para aproximadamente 40 milhões de passageiros.